Abaixo matéria que passou no ESPORTE ESPETACULAR em janeiro de 2009, só vi isso agora e resolvi colocar aqui
Corria o ano de 2003, e o ginásio em Nagasaki reunia duas escolas japonesas para um amistoso de basquete. Ainda no primeiro quarto, o técnico visitante pediu tempo e, sem pensar duas vezes, começou a agredir um dos atletas no banco de reservas. Para os outros meninos, era um gesto normal - agressões físicas desse tipo não chegam a surpreender ninguém no Japão. Quase ninguém. Naquele dia, irritado com a cena do outro lado da quadra, o treinador do time da casa deu a ordem aos seus jogadores:
- Molecada, apaga a luz, junta as cadeiras, desliga o placar. Acabou.

A voz dissonante que deu fim à partida era de Vitor Imbuzeiro, um carioca de 37 anos que chegou a Nagasaki há uma década. De lá para cá, ele foi comendo pelas beiradas e penou para driblar alguns conceitos enraizados no basquete colegial asiático, como os ataques de fúria dos técnicos e a submissão exagerada da maioria dos atletas.
- No Brasil, se um menino faz uma besteira no treino e o técnico mete a mão na cara dele, o pai leva a polícia para a escola. Aqui no Japão, o pai também vai à escola, mas para pedir desculpas em nome do filho e agradecer pela educação que estão dando a ele. Meu contrato me dá carta branca para fazer tudo que os locais fazem, mas eu não toco nos garotos e, no meu ginásio, não permito agressão – explica Vitor, em papo por telefone com o GLOBOESPORTE.COM.
Selecionado em 1998 pelo JET, um programa do governo japonês que tenta dar às crianças algumas doses de globalização, Vitor encontrou uma cidade que respira história e espalha monumentos por cada esquina, orgulhosa da reconstrução após a bomba atômica lançada pelos americanos em 1945. Como assistente, ele ajudou sua primeira escola a levantar uma taça após três décadas de jejum. Por gratidão, os alunos fizeram até abaixo-assinado para evitar sua saída, mas o JET é rigoroso e só permite contratos de até três anos.
O brasileiro, então, pulou para outra instituição. Foi ser técnico principal na Kaisei, que tinha um elenco fraco, mas logo começou a crescer. Nas últimas três temporadas, foi bicampeã após 25 anos de seca e perdeu um título justamente para a ex-escola de Vitor. Convidado para trabalhar em clínicas de verão nos Estados Unidos, nas universidades de Michigan State e Syracuse, o técnico sabe que o esforço na Ásia já rendeu frutos.

A rigor, nada disso teria acontecido se não fosse o JET. Os dois se conheceram na primeira reunião dos técnicos, em Kobe, e continuaram mantendo contato durante seis meses, até o segundo encontro, em Tóquio. Àquela altura, o drible na disciplina japonesa foi inevitável.

DA JOGAVA UM BOLÃO, hehahehehhe.
Que Deus te abençoe todos os dias.
Abração esperem que gostem da matéria.
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